domingo, 16 de setembro de 2012

CONCLUSÃO

Concluímos que nem sempre estratégias como castigar ou punir funcionam, o mais importante é que a criança entenda que existe limite para suas atitudes e que seu comportamento pode não ser aprovado pelas outras pessoas. Piaget (1932/1965) traduziu sanções como punições. Ao invés de ver as sanções por reciprocidade como punições, recomendamos pensar nessas como consequências.

Contrastando com as sanções expiatórias, as sanções por reciprocidade salientam a ruptura do vínculo social pelo mau comportamento de uma criança. Todas as faltas ocorrem em um contexto social, envolvendo relacionamentos sociais que são, de alguma forma, perturbados como resultado do mau ato. Quando os materiais são usados incorretamente ou quebrados, outros que também desfrutam de seu uso são privados de fazê-lo e podem ficar zangados ou tristes. Quando alguém mente, outros podem sentir que não podem mais confiar naquele que contou a mentira. Ocorre uma perturbação no vínculo social, que exige reparo. Assim, o professor apenas precisa chamar a atenção para a consequência da ruptura das relações sociais. Piaget afirma que "a censura não precisa mais ser enfatizada por meio de punição dolorosa: ela é exercida plenamente, desde que as medidas tomadas por meio da reciprocidade façam com que o transgressor perceba o significado de suas mãos".

Para que uma sanção seja efetiva, a criança deve valorizar o vínculo social e desejar sua restauração. Portanto, relacionamento pessoal próximo entre professores construtivistas e as crianças oferece uma importante base para o uso efetivo de sanções por reciprocidade. Da mesma forma, as relações das crianças umas com as outras também são cruciais para a efetividade das sanções por reciprocidade.

As sanções por reciprocidade têm em comum a comunicação, rompimento de um vínculo social tal como desapontamento, raiva ou perda da confiança. Isto é, a disponibilidade mútua em um relacionamento foi interrompida. Em uma sanção por reciprocidade, a pessoa prejudicada responde à ofensa ou ferimento retirando a confiança ou boa vontade. Ela sinaliza claramente que a mutualidade está perturbada e que o causador do dano não pode mais desfrutar dos prazeres e vantagens do relacionamento anterior. A fim de restabelecer a antiga mutualidade, aquele que errou deve agir no sentido de compensar o sentimento de desconforto e restaurar o relacionamento.

Professores e pais devem servir como exemplos para as crianças. Por mais que elas aparentem ser agressivas ou violentas, são crianças e necessitam da ajuda, do carinho e da paciência dos adultos. Na escola ou em casa, cabe aos responsáveis organizar uma rotina e ir introduzindo elementos novos para aprendizagem, como leitura, brincadeiras dirigidas, oficinas de artes, de acordo com o currículo e com a temática a ser trabalhada. 
O professor precisa estar atento para diariamente trabalhar possíveis conflitos de agressividade na sala de aula e a família em casa assim compartilham desse desenvolvimento e amadurecimento juntos.

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